Nesta semana uma mãe procurou o estagiário para fazer uma denúncia.
Segundo nos informou a mãe, sua filha que tem apenas 6 anos de idade, tomou a segunda dose da vacina Coronavac no intervalo de três dias, e sem a presença do responsável.
No último sábado (05), a mãe levou a filha até a UBS Vila Real, em Várzea Paulista, onde estava acontecendo uma campanha de vacinação e assim decidiu imunizar sua filha (como todos pais devem fazer).
A mãe informou a nossa reportagem que decidiu imunizar a criança durante o final de semana, por que se ela tivesse alguma reação, isso não ocorreria durante a semana e ela não perderia aula, e a mãe estaria presente para cuidar.
Porém, a escola que a criança estuda, a EMEB Luzia Francisca de Souza Martins, no bairro Ivoturucaia, em Jundiaí, já tinha solicitado uma autorização para que a criança recebesse a primeira dose do imunizante, autorizado pela mãe, mas que só poderia vacinar a criança mediante ao acompanhamento de um responsável.
Sabendo disso, a mãe tentou contato com a escola através do WhatsApp, informando que a criança já teria sido imunizada e desautorizando a vacinação.
Acontece que a escola não recebeu as mensagens, segundo a mãe a escola informou que ficou sem comunicação na segunda-feira (07).
Sendo assim a criança foi novamente vacinada, sem a presença de um responsável. Em um intervalo de três dias a criança recebeu duas doses do imunizante coronavac. Situação que gerou uma certa revolta na mãe e nos demais pais.
Segundo o site do Instituto Butantã:
Intervalo entre as duas doses da CoronaVac para crianças deve ser de 28 dias
Estudos científicos demonstraram que dentro deste período a eficácia do imunizante do Butantan é ainda maior
Publicado em: 26/01/2022
Para crianças e adolescentes acima dos seis anos, o intervalo entre as duas doses do esquema vacinal inicial de CoronaVac, imunizante do Butantan e da farmacêutica chinesa Sinovac, deve ser de 28 dias. Esse é o período assinalado em bula e a recomendação do instituto para a vacinação do público pediátrico.
O intervalo de 28 dias foi praticado nos ensaios clínicos de fase 1 e 2 feitos com crianças na China e vem sendo usado nos estudos de fase 3, realizados em países como África do Sul, Malásia e Filipinas. Também é o intervalo executado no Chile e na China, onde a CoronaVac já é usada habitualmente na população acima dos três anos – no país andino, mais de 1,5 milhão de crianças já foram imunizadas com a vacina do Butantan; no país oriental, são mais de 211 milhões de doses distribuídas nesse público.
Vale lembrar que o intervalo praticado com a CoronaVac no Brasil majoritariamente desde o início da campanha de imunização contra a Covid-19, em janeiro de 2021, foi de 21 a 28 dias. Isso porque os ensaios clínicos realizados com a vacina no Brasil mostraram que sua eficácia geral é maior nesse caso.
De acordo com o artigo científico que descreve os resultados dos estudos de fase 3 no país, a eficácia global da CoronaVac para casos sintomáticos é de 50,7% com 14 dias de intervalo entre as duas doses. Se o intervalo for de 21 dias ou mais, a eficácia global é de 62,3%. Os dados foram obtidos no estudo clínico realizado em 2020 com mais de 12 mil profissionais da saúde.
De acordo com a bula da CoronaVac, “o esquema posológico foi avaliado com intervalo entre as doses de 14 a 28 dias, porém os estudos de imunogenicidade fase 2 indicam uma melhor resposta imunológica da vacina com intervalo de 28 dias”.
O estagiário entrou em contato com a Prefeitura de Jundiaí, que informou que está apurando o caso.