A Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de Jundiaí coordenou, nesta quarta-feira (17), ação integrada de combate à exploração sexual de menores.
Com apoio de guardas municipais e fiscais do comércio, 12 locais foram vistoriados e sete deles multados. De acordo com a investigadora-chefe Lilian Picchi, da equipe da delegada Rubia Braz Scarpa Fleming, os locais incluíram pensões, casas de massagens, entre outros. Nenhuma menor, no entanto, foi encontrada.
Os trabalhos são uma resposta imediata da DDM, considerada especializada da Polícia Civil, à chegada no município, na semana passada, da menina de 12 anos trazida de Fortaleza por um caminhoneiro, que a ajudou a fugir de uma casa de prostituição, onde a garota vivia desde seus 10 anos.
A menor foi deixada pelo homem, com quem teria tido relação sexual por diversas vezes (a própria garota disse se tratar de um “cliente”), em frente à estação ferroviária, após promessa do ainda desconhecido de ajudá-la a escapar dos responsáveis pela casa de prostituição.
Em Jundiaí, a menor teria concordado em ir a uma pensão com outro homem, com quem passou a noite e depois fugiu do quarto enquanto ele dormia, pedindo ajuda para guardas municipais, já que estava “faminta” e apenas com as roupas do corpo.
Ao ser ouvida, a garota deu detalhes assombrosos sobre o esquema de prostituição infantil da qual fez parte, afirmando que “pessoas influentes” do Nordeste mantinham a rede de exploração sexual também nos estados do Pará e Amazonas, além da capital do Ceará, Fortaleza, de onde veio para Jundiaí.
Segundo a menor, ela convivia na casa com crianças de 8 a 10 anos e todas recebiam hormônio para desenvolvimento precoce do corpo, sendo levadas para rituais satânicos aquelas que não atendiam aos padrões dos responsáveis pelo esquema.
Ela chegou a dizer ter testemunha até mesmo bebês serem oferecidos em tais rituais, o que impressionou até mesmo os experientes policiais responsáveis pelo registro do caso em Jundiaí.
DDM
De acordo com Lilian Picchi, após o caso chegar à DDM, a unidade montou a operação de fiscalização nas pensões do município, resultando na abordagem de 42 pessoas.
Também está sendo investigado o homem que teria passado a noite com a menor em uma pensão, que poderá responder por estupro de vulnerável, uma vez que a lei penal não admite com excludente de ilicitude o fato de a uma garota de 12 anos ter concordado em manter relação sexual com um adulto.
Sobre as outras denúncias da menor, Lilian explicou que as investigações ficarão a cargo dos policiais das referidas capitais, com quem será feito contato da equipe de investigação da DDM.
Imagem: Divulgação/Via Imprensa Policial