Com o objetivo de conscientizar e alertar a população sobre os perigos da hanseníase – doença infecciosa, contagiosa, causada pelo bacilo Mycobacterium leprae -, o primeiro mês do ano é caracterizado por iniciativas para o diagnóstico e tratamento da enfermidade. Ao longo do mês estão sendo realizadas buscas ativas de possíveis novos casos nas regiões referenciadas da UBS Tamoio e da Clínica da Família Novo Horizonte 1 e 2. Os usuários podem buscar a sua unidade de referência para tirar dúvidas sobre a doença.
O trabalho faz parte das iniciativas dos agentes comunitários de saúde, com a visitação às casas das famílias que fazem parte da região atendida, questionamento sobre sintomas (manchas brancas ou avermelhadas pelo corpo sem sensibilidade), com encaminhamento para consulta e exames.
Segundo dados levantados pela Unidade de Gestão de Promoção da Saúde (UGPS), por meio da Vigilância Epidemiológica, Jundiaí registrou 12 casos de hanseníase em 2023 e 10 casos em 2022. Nesta ano de 2024, não registro de novo caso até o momento.
A doença tem cura e todo o tratamento é oferecido gratuitamente pela rede de Atenção Básica e Ambulatório de Moléstias Infecciosas (AMI) de Jundiaí.
Transmissão e prevenção
A transmissão ocorre por meio de contato próximo e contínuo com o paciente não tratado – principalmente vias respiratórias. Sua evolução depende de características do sistema imunológico da pessoa infectada e apresenta múltiplas manifestações clínicas.
O bacilo causador da hanseníase se instala geralmente nas áreas mais frias do corpo, como lóbulo da orelha, ponta do nariz, cotovelos e nos nervos periféricos. Na pele surgem manchas variadas, de coloração vermelha, mais claras, acastanhadas, e que podem se transformar em placas, nódulos, áreas infiltradas, úlceras, calosidades com alteração de sensibilidade. Todos esses sintomas e manchas devem ser investigados, realizando o teste de sensibilidade e a apalpação dos nervos periféricos. Quando o bacilo se instala nos nervos, ele pode causar formigamento, fisgadas, dormência. A sensibilidade começa a ser modificada; primeiro é a térmica, a seguir, dolorosa, e por último, tátil.
Não há prevenção específica contra a doença, porém existem medidas que podem evitar novos casos:
● Diagnóstico e tratamento precoces;
● Exame dos comunicantes que residem ou residiram por mais de 30 dias consecutivos, nos últimos 5 anos, com o paciente sem tratamento;
● Aplicação da vacina BCG nos comunicantes domiciliares do paciente.