Em um mundo cada vez mais digital e acelerado, onde a Geração Z – formada, em geral, por pessoas nascidas entre 1995 e 2010 – cresce cercada de informações, a sabedoria dos avós se mostra mais valiosa do que nunca. Representantes de uma geração que aprendeu com o tempo, com o silêncio e com a prática, os avós carregam ensinamentos que resistem às modas e vão além das telas. Para celebrar o Dia dos Avós, comemorado no dia 26 de julho, o Hospital de Caridade São Vicente de Paulo (HSV) destaca a importância de manter vivo o diálogo entre gerações. As histórias, experiências e conselhos dos avós têm o poder de enriquecer a vida dos mais jovens e de fortalecer laços de afeto, aprendizado e respeito – valores essenciais para qualquer tempo.
De acordo com estimativas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil conta atualmente com cerca de 68,6 milhões de crianças e adolescentes entre 0 e 19 anos, o equivalente a aproximadamente 33% da população do país. Essa geração cresce em um ambiente altamente conectado, com acesso precoce à tecnologia e às redes sociais. Embora esse cenário traga novas formas de aprendizado e interação, também impõe desafios importantes, como a dificuldade de concentração, o enfraquecimento da convivência familiar e a construção de valores sólidos.
Nesse contexto, a convivência com os avós oferece um contraponto essencial. Mais do que figuras carinhosas na vida familiar, os avós exercem um papel fundamental no desenvolvimento emocional das crianças. A presença deles na rotina dos pequenos vai muito além do cuidado: representa um vínculo afetivo que acolhe, ensina e transmite valores duradouros. “Os avós são como o açúcar na vida das crianças: eles oferecem um tempero especial de afeto, amor e entrega que nutre o coração e o desenvolvimento emocional dos netos. Essa convivência repleta de carinho e atenção possibilita que as crianças cresçam com uma vida mais saudável, menos corrida e com muito acolhimento, fortalecendo vínculos que promovem segurança, autoestima e uma formação mais equilibrada”, explica a psicóloga e coordenadora do Núcleo de Experiência do Paciente do HSV, Caroline Alves Vieira. “Os avós, com seu jeito único de amar, criam um ambiente onde o afeto é a base, contribuindo para que os netos se tornem adultos mais conscientes, empáticos e felizes”, conclui a profissional.
Iberê Ferraz Santos, engenheiro supervisor do departamento de Segurança do Trabalho do HSV, é avô da pequena Yanni, de apenas 5 anos de idade. “As crianças nessa idade são mais evoluídas, conversam como adultas e são muito observadoras. Minha neta é um presente divino, não só para seus pais, mas para toda a família. Por isso, meu maior conselho vai diretamente aos pais: trate-as com muito amor, muito diálogo, e, principalmente, participem da vida delas com carinho. A boa educação tem que vir através dos bons exemplos dos adultos”.
A recepcionista líder Daluz da Conceição dos Santos observa com atenção as transformações trazidas pela tecnologia e afirma que, com a internet, tudo mudou — inclusive o comportamento dos mais jovens. Ela é avó do Arthur, de 4 anos, e fala com orgulho sobre o netinho. “Ele é extremamente hiperativo, vive ligado nos 220 volts, brinca o dia inteiro. É muito inteligente e já sabe contar até dez em inglês, conhece as cores e, em matemática, já aprendeu todos os números até cem”, conta orgulhosa.
Comparando com sua própria infância, Daluz percebe o quanto os tempos mudaram. “Na minha época, a gente era muito tímido, tinha vergonha e medo de tudo. Hoje em dia, as crianças são mais soltas, comunicativas, falam com todo mundo. A gente não tinha internet, celular, televisão e hoje eles têm tudo isso. Meu neto, por exemplo, já mexe no celular melhor do que eu”. Pensando no futuro do neto, Daluz compartilha um conselho repleto de carinho e experiência. “Sempre obedeça e escute seus pais — eles são os nossos verdadeiros amigos. E escolha bem as companhias, porque isso faz toda a diferença no caminho que a gente segue na vida.”