Itupeva vive um impasse que pode comprometer diretamente a segurança da população. A criação da ROMU (Rondas Ostensivas Municipais), considerada um braço estratégico no combate ao crime na cidade, pode ser inviabilizada por emendas apresentadas por vereadores ao projeto de lei complementar que institui o grupamento pela Prefeitura. Os parlamentares autores das emendas são: Primo do Hortênsia, Márcio Gallo, Josi Moura, Jota Júnior e Chicão do Direto.
A reportagem consultou alguns moradores, que receberam a proposta dos vereadores com indignação. “Por disputa política eles querer fazer algo totalmente sem sentido e comprometer a segurança das nossas famílias”, relatam.
O corte da gratificação
Uma das emendas mais polêmicas suprime os parágrafos que garantem gratificação de função aos guardas integrantes da equipe. Sem esse adicional de 20% sobre o salário base da 3ª classe da Guarda Civil Municipal, a medida desestimula a adesão ao grupamento. Afinal, trata-se de uma atividade de altíssimo risco, exigindo dedicação exclusiva e treinamento especializado. Se aprovada, a emenda corta, também, gratificação de 10% a integrantes da equipe de viaturas e 15% aos integrantes de equipes de motocicletas.
“Se não houver reconhecimento financeiro, muitos guardas não terão interesse em participar, o que esvazia o projeto”, avaliam especialistas em segurança pública.
A burocratização que trava
Outra emenda apresentada pelos parlamentares determina a realização de processo seletivo interno para ingresso no grupamento. A medida, na prática, cria uma burocracia desnecessária para algo que já funciona de forma operacional e ágil. Na avaliação de integrantes da Guarda, a alteração comprometeria a velocidade de resposta da corporação, atrasando a consolidação da ROMU.
Números que provam a eficiência:
Enquanto isso, os resultados já falam por si. Nos últimos 12 meses, a atuação da ROMU em Itupeva registrou:
- Mais de 200 apreensões de drogas
- 47 flagrantes efetuados
- Desmantelamento de uma quadrilha de roubo de motocicletas, com direito a troca de tiros e a neutralização de um dos criminosos.
Esses números robustos mostram que o modelo da ROMU funciona. O risco agora é ver um trabalho reconhecido pela população ser interrompido por disputas políticas.
Atrapalhando a segurança?
A população de Itupeva teme que, com as mudanças, o projeto da ROMU se torne inviável. Sem gratificação, os guardas perdem o estímulo; com processo seletivo burocrático, o grupamento trava. Resultado: a criminalidade pode voltar a crescer, e quem paga a conta é o cidadão comum.
Como é o projeto original?
A Prefeitura protocolou na Câmara Municipal o Projeto de Lei Complementar nº 657, que cria a Ronda Ostensiva Municipal (ROMU), um grupamento especializado vinculado à estrutura da Guarda Civil Municipal (GCM). O objetivo é reforçar a segurança pública na cidade por meio de patrulhamento preventivo e operações especiais voltadas ao combate à criminalidade.
Atualmente, a GCM já conta com equipe ROMU, mas a legislação visa garantir as diretrizes para o seu funcionamento e valorizar a atuação dos agentes.