Americanas declaram dívidas de R$ 40 bi e podem pedir recuperação judicial

 

O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro atendeu a um pedido do Grupo Americanas para suspender a penhora de bens da empresa.

A companhia declarou dívida de cerca de R$ 40 bilhões;
A decisão ocorre depois de a empresa declarar rombo de R$ 20 bilhões;
A defesa pode apresentar pedido de recuperação judicial.
Na decisão, o juiz Paulo Assed suspendeu obrigação da empresa de pagar suas dívidas até que um pedido de recuperação judicial seja feito. A solicitação deverá ser apresentada em até 30 dias, sob risco de perda da medida cautelar concedida hoje.

Um comitê independente será criado para apurar as inconsistências contábeis. A defesa da empresa deverá apresentar, em 30 dias, relatório sobre quais providências têm sido implementadas pelo grupo de trabalho.

A decisão ocorre depois de a empresa declarar rombo de R$ 20 bilhões. A divulgação ocorreu no mesmo dia em que o CEO Sérgio Rial deixou o comando da companhia. Ele deverá assessorar de forma independente o corpo acionário, composto pelos bilionários Jorge Paulo Lemann, Beto Sicupira e Marcel Telles.

Rial havia assumido o cargo em 2 de janeiro. O diretor André Covre também pediu demissão. Ambos serão substituídos interinamente por João Guerra.

Essas inconsistências, na avaliação das Americanas, exigirão reajustes nos lançamentos da companhia, o que poderá impactar nos resultados finais divulgados nos respectivos exercícios anteriores, com alteração do grau de endividamento da empresa e/ou volume de capital de giro, implicando, por via reflexa, no descumprimento de covenants financeiros previstos em contratos”

Empresa é alvo de ação do Ministério Público. Caberá ao órgão definir se o pedido de instauração de um inquérito contra a empresa deve ser arquivado ou não.

No segundo semestre de 2022, diretores da companhia venderam mais de R$ 210 milhões em ações da companhia;
Eles teriam se beneficiado de “insider trading” (uso de informações privilegiadas);
Considerada crime, a prática prevê multa de até três vezes o total lucrado com as transações;
O fato ocorreu antes de o rombo de R$ 20 bilhões.
Em comunicado ao mercado, a empresa disse estar empenhada em dialogar com seus credores.

A tutela de urgência não representa um procedimento de recuperação envolvendo a Companhia. A Companhia continua empenhada em manter conversas positivas com seus credores visando ao atingimento de um acordo que seja benéfico a todos os seus stakeholders.

Via Uol Notícias

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