Em meio à pandemia, professora se reinventa e oferece educação humanizada a aluno surdo

 

A professora Dilma Rodrigues atua na Rede Municipal de Ensino de Várzea Paulista desde 2002 e tem muita história para contar. Pós-graduada em educação especial e interpretação e tradução em Libras (língua brasileira de sinais), ela iniciou seu trabalho com inclusão na educação varzina em 2007 com atendimento aos surdos da rede. Entre outros trabalhos voltados ao ensino inclusivo, um dos mais desafiadores é o atual, com Pedro Gabriel Lins, 9 anos, aluno do Ano IV, da escola Professora Juvelita Pereira da Silva, na Vila Real.

O garoto com deficiência auditiva recebe ampla atenção da profissional, em um trabalho específico e adaptado à necessidade dele. A docente trabalha no suporte pedagógico ao aluno e à família desde 2018 e, por conta dos cuidados necessários na pandemia, precisou adaptar o conteúdo específico que já prepara ao aluno.

Foi preciso adequar as estratégias pedagógicas, que agora incluem chamadas de vídeo e atividades presenciais — com os cuidados contra a pandemia — às vezes na presença de surdos de outras cidades, pois o contato visual é fundamental para o aprendizado da Libras, língua materna que ele está adquirindo. “É de suma importância que haja esse contato com outras pessoas surdas, mediante a mesma comunicação via Libras”, explica Dilma.

“Faço as adaptações das atividades da sala de aula toda semana em home office. Envio à escola  para que ele as receba e mando os materiais visuais com sinais em Libras para a compreensão do aluno, vídeo chamada pelo WhatsApp e contato constante com a mãe. Fazemos vários vídeos de atividades de acordo com as propostas pedagógicas e, em todos os momentos,  tenho um ótimo retorno por parte da família, que considero essencial, pois dependo dela para ter um resultado satisfatório e a evolução do aluno nesse processo de ampliação de vocabulário”, relata a professora.

Sintonia com a família

 

Dilma se sente muito acolhida pela família de Pedro. Ela tem muito carinho por eles e enxerga respeito e empatia na relação. A troca de conhecimento com o aluno é constante e o desenvolvimento dele torna o trabalho muito gratificante para a servidora. “Com o Pedro meu relacionamento é de afinidade, cumplicidade. Sempre estou disposta a apoiá-lo, dou a ele a liberdade na tomada de decisões, respeito seus limites e trocamos  aprendizagens.  Estar com o Pedro é simplesmente maravilhoso, é ter uma preciosidade e se surpreender com sua inteligência, além ver o quanto ele é amado por todos”, diz a profissional.

A professora faz questão de enaltecer a atuação em equipe para atingir os resultados esperados no ensino inclusivo. “Tenho gratidão por todos que apoiam meu trabalho: A gestão escolar, a professora da sala, família que faz parte do meu dia a dia. Também agradeço ao aluno Pedro, que desenvolve todas as atividades. Percebo que sua evolução é visível e muito importante na aquisição da língua materna, a Libras. Estamos caminhando para uma aprendizagem rápida e feliz!”, declara a professora.

Trabalho reconhecido

 

Angélica Lins, mãe de Gabriel, faz um agradecimento especial à professora, pelo empenho e dedicação demonstrados — o reflexo do ensino pode ser sentido até mesmo na família. “Ao longo do tempo de aprendizado que ele teve ao lado dela, vimos a evolução enorme com o conhecimento que ela passou para ele. Esses conhecimentos não só o ajudaram a se comunicar com todos, mas também melhoraram grandemente a relação dele com a família. A professora Dilma foi um anjo enviado por Deus a nossa família”, elogia a mãe.

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