Em menos de uma semana, Hospital São Vicente realiza duas captações de órgãos

Todo o processo de captação é assistido por uma equipe multidisciplinar composta por médicos, enfermeiros, assistentes sociais, psicólogos e outros profissionais

O tempo e a distância não impediram que Daniela Oliveira de Matos, de 34 anos, ressignificasse um momento de dor da família. Ao receber a notícia do falecimento do irmão, após a constatação da morte encefálica, a dona de casa, que mora em Jacobina, na Bahia, prontamente autorizou que os órgãos dele fossem doados. O procedimento de captação do coração, fígado, rins e córneas do rapaz foi realizado no Hospital de Caridade São Vicente de Paulo (HSV), nessa quinta-feira (14).

Respectivamente, os órgãos foram destinados ao Hospital Israelita Albert Einsten, ao Hospital de Base de São José do Rio Preto, ao Banco de Olhos de Sorocaba (BOS) e à Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP).

“Eu resolvi autorizar porque muitas pessoas estão esperando por um órgão, há muito tempo”, explicou a dona de casa. “A doação é muito importante. Saber que uma parte dele ainda estará viva, para mim, é um ato de amor”, afirmou a jovem que, de avião, levou duas horas da capital baiana à paulista para formalizar a autorização.

Ressignificando mais vidas

Essa foi a segunda cirurgia que a Instituição, referência para captação de órgãos em todo o Estado de São Paulo, realizou em um intervalo de três dias.

A primeira ocorreu no início desta semana, na última segunda-feira (11). Nela, a equipe médica captou os rins e as córneas de um homem de 53 anos, que residia em Cabreúva. Mediante o preenchimento do formulário do Sistema Estadual de Transplantes, vinculado à Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, a família do paciente, além do transplante, autorizou a destinação dos órgãos e tecidos ao ensino e à pesquisa caso não fossem, efetivamente, transplantados.

O rim foi destinado à Central Estadual de Transplantes (CET) e as córneas encaminhadas para o Banco de Olhos de Sorocaba (BOS).

Tempo de isquemia

Esse é o nome dado ao intervalo em que os órgãos aguentam sem o fluxo sanguíneo. Dos casos relatados acima, o coração é o que requer mais atenção, uma vez que a corrida contra o relógio deve ser de até quatro horas. Os rins podem suportar até 48 horas. O fígado, 12 horas e as córneas até sete dias.

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