Arcos e flechas de materiais alternativos e baratos, como canos de PVC. Foi assim que nove professores da Educação Infantil ao Ano V do Ensino Fundamental de Várzea Paulista participaram do segundo encontro presencial da vivência em arco e flecha, realizada pela Unidade Gestora Municipal de Educação e EGDS (Escola de Governo e Desenvolvimento do Servidor) da Prefeitura. A atividade ocorreu na última quarta-feira (10). Os educadores aprenderam como fazer e usar os equipamentos, no Cemeb (Centro Municipal de Educação Básica) Prof. João Baptista Nalini, do Jardim Buriti, com os devidos cuidados contra a Covid-19.
O professor da rede Carlos Alberto de Mello Oliveira, o Mello, com mais de 20 anos de experiência na prática, tendo até mesmo competições paulistas de arco e flecha no currículo, é o instrutor da parte específica sobre o esporte. O objetivo principal é que os professores consigam produzir os arcos e flechas e aplicar o esporte a partir de 2022, com itens até mesmo encontrados pelas crianças em casa ou compráveis por preços bem acessíveis. Além disso, os educadores ganham mais um atributo curricular para uso pedagógico, de forma segura.
“No ambiente escolar, a gente adapta as flechas: em vez da ponta rosqueável, usamos pontas de borracha, para atingir o algo, que pode ser um objeto e não precisa ser um alvo convencional (também confeccionado com materiais bem baratos, como recicláveis, por exemplo), para que a criança tenha contato com o esporte”, afirmou.
Para as aulas de Educação Infantil, as flechas são ainda mais simples, segundo o professor: hastes de madeira de móveis e ponta almofadada; o arco é produzido usando bambolê e corda. A prática fica semelhante à peteca, para ver quem arremessa a flecha mais longe. Um arco acessível, seja de bambolê ou PVC e corda ou até mesmo pedaço de varal, custa no máximo R$ 10,00, enquanto um arco infantil disponível em lojas de pesca, por exemplo, custa, em média, R$ 250,00.
Além do conhecimento de um novo esporte, hoje muito mais barato e menos elitizado, as crianças podem ter ganhos educacionais claros, segundo o educador. “O arco e flecha é um esporte totalmente mental, porque, para abrir o arco, você precisa ter determinação: ‘vou abrir, vou soltar. Eu tenho que lançar a flecha’. Isso trabalha a autoestima da criança. Por isso é um tiro mental, e não físico, porque são apenas as costas que vou usar como musculatura. Vou abrir o arco uma, duas, 100 vezes para desenvolver o músculo. O resto é sensibilidade, respiração, concentração. E se torna algo como um jogo de xadrez”, explica.
Próximos passos
A formação, que já teve dois encontros presenciais de três horas cada, ainda terá seis horas de encontro on-line, em 24 de novembro.
Segundo o coordenador municipal de Educação Física e Artes, Fabiano Mantovani, existe a proposta de ampliar o conhecimento para coordenadores pedagógicos das unidades escolares terem conhecimento e levarem a vivência de arco e flecha a docentes de outras áreas. “Vamos debater o que foi aplicado na Unidade Gestora de e, posteriormente, conversar com os coordenadores para ampliar, levar isso a outros professores e começar essa aplicação em sala de aula já no ano que vem”, afirmou.
De acordo com Mantovani, também está em estudo promover, assim que possível, um estande de arco e flecha no Parque das Orquídeas, com o professor Mello.