“Estou bem. Continua orando”, disse policial do Bope à esposa antes de morrer em megaoperação no Rio

A esposa do policial militar do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), Herbert Carvalho da Fonseca, de 39 anos, compartilhou, nesta quarta-feira (29), a última mensagem enviada pelo marido pouco antes de ser morto durante a megaoperação nos complexos do Alemão e da Penha, na Zona Norte do Rio de Janeiro.

Em conversa pelo WhatsApp, Herbert enviou à esposa, Jéssica Michele, a mensagem: “Estou bem. Continua orando”. Pouco depois, deixou de responder.

Jéssica contou que, ao perceber o silêncio do marido, enviou novas mensagens demonstrando preocupação. “Te amo. Cuidado, pelo amor de Deus. Muitos baleados. Amor, me dá sinal de vida sempre que puder”, escreveu ela, sem saber que aquele seria o último contato entre o casal.

O sargento Herbert, que integrava o Bope há 17 anos, foi baleado durante confronto na Vila Cruzeiro e não resistiu aos ferimentos. Outro policial da tropa de elite, Cleiton Serafim Gonçalves, também morreu na operação.

Nas redes sociais, Jéssica publicou o print da conversa e desabafou sobre a dor da perda. “Você não falou mais. E agora, o que vou falar para Sofia (filha do casal)?”, escreveu.

Em outra postagem, ela lembrou que o marido morreu no mês do aniversário da filha. “Outubro, mês do aniversário da minha filha. E para o resto da vida ela vai lembrar do paizinho dela”, lamentou.

A viúva também relembrou uma frase que o policial costumava dizer ao perder colegas de farda. “Ele dizia que tinha uma senha em suas mãos toda vez que perdia um colega. Que o dia que acontecesse com ele, iria fazendo o que mais amava. E a gente nunca acredita… esse dia chegou. Não consigo explicar essa dor”, escreveu.

Herbert foi um dos quatro policiais mortos durante a megaoperação conjunta das polícias Civil e Militar do Rio, que deixou mais de 130 mortos segundo a Defensoria Pública. O Governo do Estado, no entanto, mantém o número oficial de 64 mortes.

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