Estudantes da região são finalistas na maior feira científica pré-universitária do mundo, a ISEF, em Ohio (EUA)

Dupla apresenta projeto que propõe novas estratégias terapêuticas para o câncer gástrico
Raul Sarria Viana Brandão e Luiza Zaiter Costa

Dois estudantes de Jundiaí irão representar o Brasil na maior feira científica pré-universitária do mundo, a International Science and Engineering Fair (ISEF), que será realizada de 10 a 16 de maio em Columbus, Ohio (EUA). Luiza Zaiter Costa e Raul Sarria Viana Brandão, do Colégio Degraus, foram credenciados pela Mostratec-Liberato e estão entre os 13 brasileiros selecionados para defender seus projetos diante de cientistas e especialistas do mundo todo.

O projeto da dupla, intitulado “Aplicação Terapêutica de Agomirs e Antagomirs no Câncer Gástrico Baseada em Análise Transcriptômica – Fase II”, propõe novas abordagens terapêuticas para o câncer gástrico, o quarto tipo de câncer mais frequente no Brasil, mas com uma taxa de cura de apenas 30%.

A pesquisa analisa o papel dos miRNAs — pequenos fragmentos de RNA que regulam a expressão de genes — na progressão do câncer gástrico. A partir disso, busca identificar moléculas que possam interferir nesses processos celulares, propondo o uso de agomirs e antagomirs como potenciais agentes terapêuticos.

O estudo é uma continuidade de um trabalho anterior, no qual Luiza identificou miRNAs com potencial para atuarem como marcadores tumorais. A motivação para o projeto surgiu de uma experiência pessoal: a perda de seu pai para o câncer gástrico. “Tento transformar a dor em ciência”, conta Luiza.

Segundo os estudantes, participar da ISEF representa não apenas uma oportunidade única de aprendizado e visibilidade, mas também uma chance concreta de contribuir com a ciência e a luta contra o câncer. A pesquisa já foi reconhecida com outras premiações, e a formação científica dos alunos é incentivada desde cedo pelo Colégio Degraus, que oferece programas de Iniciação Científica em sua grade curricular.

A orientadora do projeto, professora Clarissa Scolastici Basso, destacou a complexidade e o comprometimento exigidos ao longo do estudo. “Foi um processo extremamente desafiador, que exigiu domínio técnico, leitura de artigos científicos em inglês, habilidades em bioinformática e, principalmente, resiliência. Eles se dedicaram com excelência, e ver esse trabalho sendo reconhecido internacionalmente é motivo de imenso orgulho.”

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