Família de jovem autoriza doação de órgãos e muda a vida de pelo menos quatro pessoas

Na tarde desta sexta-feira, 17, mais uma captação de múltiplos órgãos teve início no Hospital de Caridade São Vicente de Paulo (HSV). Desta vez a doação foi autorizada pela família de um jovem de 32 anos, natural de Amarante, no Piauí, que residia na cidade de Louveira. Após constatação de morte encefálica, a Comissão Intra Hospitalar de Transplante (CIHT-HSV) conversou com a família que informou que em vida o desejo do jovem era de ser doador. O gesto irá mudar a vida de pelo menos quatro pacientes que aguardam na fila por um transplante. Os pulmões esquerdo e direito seguiram para o Hospital Albert Einstein, em São Paulo; os rins e a córnea direita para o Hospital de Clínicas da Unicamp, em Campinas; a córnea esquerda seguiu para o Conjunto Hospitalar de Sorocaba.

A prima do paciente, Francisca Silva de Souza, e a amiga, Isabel Alves, reforçam o desejo de ser doador que o jovem já havia demonstrado. “Ele sempre disse que se algo acontecesse, que ele doaria seus órgãos. Agora, apesar de ser um momento triste, nós sabemos que um pouquinho dele estará vivo em outras pessoas, de certo modo isso nos conforta um pouco”, diz a prima.

Devido ao tempo de isquemia – que é o período em que um órgão pode resistir entre ser captado e transplantado em outro paciente – os pulmões foram os primeiros a serem captados, eles se mantêm em boas condições para o transplante pelo período de 4 a 6 horas. Seguido dos rins, cujo tempo é de 48 horas e córneas, com tempo de sete dias.

Essa é a segunda captação de órgãos deste ano. A primeira ocorreu no dia 03 de janeiro. Na ocasião foi feita a captação de um fígado, destinado a salvar uma vida no Hospital Alemão Oswald Cruz, em São Paulo.

No ano passado foram realizadas 10 captações de órgãos com o auxílio da equipe do HSV, totalizando 51 órgãos doados a pacientes à espera de um transplante. A enfermeira coordenadora do CIHT, Thais Fernanda da Rocha Santos, reforça que a doação só pode ser consentida pela família e que, portanto, é essencial que o assunto seja tratado com naturalidade, permitindo que a família, ao se deparar com a perda de um ente querido, possa tomar a decisão mais acertada para o momento.

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