Feriados nacionais podem causar perdas de R$ 1,07 Bi ao varejo da região de Jundiaí

Valor estimado é 8,3% menor do que o projetado para o ano passado, de acordo com cálculos do Sincomercio e FecomercioSP

Os feriados nacionais e as pontes deste ano podem ocasionar, ao comércio varejista da região de Jundiaí, uma perda total de R$ 1,07 bilhão — montante 8,3% menor do que o previsto em 2023 [tabela 1]. O principal motivo para o impacto menor é que, neste ano, quatro feriados cairão em fins de semana, reduzindo também o número de “pontes”. A estimativa é do Sindicato do Comércio Varejista de Jundiaí e Região (Sincomercio) e da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP).

Das cinco atividades analisadas, a única que deve registrar aumento das perdas em comparação a 2023 é a de farmácias e perfumarias, com uma alta de 12,5%, atingindo prejuízo de R$ 151 milhões. Dentre os possíveis fatores que explicam esse resultado, está a elevada taxa de crescimento do faturamento do segmento, o que resulta em aumento na média diária de vendas — e, assim, mesmo com menos feriados em dias úteis, o volume de perdas acaba crescendo.

Por outro lado, a retração das lojas de móveis e decoração deve ser de 33,4%, caindo para R$ 11,8 milhões. Essa queda significativa pode ser justificada pelo fato de esse segmento apresentar o menor faturamento, de maneira que é comum que ocorram grandes variações porcentuais. Em números absolutos, a maior redução deve ser observada no grupo de outras atividades, em que predomina a venda de combustíveis, ao passar de uma perda estimada em R$ 350,7 milhões, em 2023, para R$ 292,1 milhões, em 2024.

As perdas dos supermercados devem passar de R$ 533,1 milhões, em 2023, para R$ 500,5 milhões, neste ano, uma queda de 6,1%. Já as lojas de vestuário, tecidos e calçados devem apontar decréscimo de R$ 114,2 milhões, montante 12,7% menor do que o projetado no ano passado.

O ESTUDO

O estudo realizado pelas entidades tem por objetivo mensurar uma possível redução de movimento no comércio varejista, considerando um desempenho médio sem observar características sazonais e regionais. Os cálculos levam em conta uma perda parcial nas vendas no dia, e não a totalidade.

O propósito do estudo não é mensurar a transferência de renda. É evidente que, durante feriados e pontes, as famílias gastam mais com atividades do setor de Serviços, como transporte, bares e restaurantes. Isto é, se de alguma forma o Comércio pode ser prejudicado, o Turismo, por exemplo, ganha fôlego nesses períodos.

Considerando que a expectativa do Sincomercio e da FecomercioSP é de que o varejo da região de Jundiaí tenha faturado R$ 75,4 bilhões em 2023, o prejuízo de R$ 1,07 bilhão, se confirmado, representa apenas 1,4% da receita anual do setor. Trata-se de uma perda relativamente pequena, mas não desprezível.

O estudo analisou apenas os segmentos mais sensíveis à compra por impulso, por serem os que sofrem pelo consumidor não passar em uma loja naquele dia após o almoço, ou no fim do expediente, para comprar algum produto. No caso do comércio de bens duráveis — veículos e eletrodomésticos, por exemplo —, as compras geralmente são programadas, ou seja, se o consumidor não adquirir durante o feriado, ele comprará em outro dia, não havendo, portanto, perda para o comércio.

COMO AMENIZAR AS PERDAS

Edison Maltoni, presidente do Sincomercio, destaca que o calendário está posto, e todos sabem com antecedência, não havendo qualquer surpresa. “Os empresários que lidam com redução de consumo nos feriados, ou até fechamento do negócio, devem montar estratégias para conseguir faturar a meta do mês nos outros dias de mais movimento”, afirma.

Para Maltoni, uma maneira de aumentar ganhos é atrelar a venda a um benefício no setor de Serviços, ou seja, o consumidor compra um produto e ganha uma atração — como ingresso para cinema e parque no feriado. “Para isso, é necessário fechar parcerias. Outra alternativa é oferecer descontos mais agressivos nos dias que antecedem o feriado”, pontua.

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