De sugar baby, namorada de aluguel, do lar, mulher submissa até o outro extremo daquela que é arrimo de família e que paga até os boletos do marido, todas, sem exceção, estão querendo de alguma forma ser ‘bancadas’ pelos companheiros. Isso porque, ser sustentada vai muito além de cobrir o cartão de crédito.
O que elas querem (eu quero) é alguém que aguente o tranco da vida, seja ela financeira, emocional, familiar ou mesmo política. E digo POLÍTICA SIM, porque quando se trata das candidaturas femininas, um grande fator de impedimento para que mais mulheres encarem a disputa eleitoral é o apoio dos esposos, namorados, ‘crushs’, enfim, aquele que deveria dar a ela o suporte necessário para que enfrente a tão temida urna, motivo de glória para muitos, mas que para as mulheres, historicamente ainda é quase um mito.
Quando, por talvez ironia do destino, fui apresentada a um tradicional político, o que ele me disse ao sugerir que fosse pré-candidata foi: Você é casada? Não, ele não estava me cantando, estava apenas tentando perceber se eu não seria como tantas que desistem ao primeiro sinal de que pelos compromissos políticos não pode dar conta da casa, e assim, seria pressionada pelo marido a desistir.
No princípio achei estranha a pergunta, mas quanto mais avanço nesta caminhada rumo às eleições, mais percebo o quanto faz diferença ser ‘sustentada’ pelo meu companheiro, seja nas minhas ideias extraordinárias, seja nos meus dias ruins, em que até penso, como qualquer humano, em desistir.
Mais uma vez, agradeço por ser privilegiada de ter alguém que me sustenta mesmo que essa ideia de política por vezes pareça maluca demais. E, de verdade, espero que haja mais homens capazes e corajosos de apoiar suas mulheres no caminho político.
Bóra, mulherada!
Texto: Ana Amália Lanzoni Bretas Garcia