A Polícia Civil, por intermédio de unidades subordinadas ao Deinter 2 – Campinas, participou da Operação “Filling the Gap”, desencadeada a partir de investigações da Polícia Civil do Paraná, com o objetivo de combater a comercialização clandestina do anestésico veterinário Cetamina. Os policiais paranaenses efetuaram prisões naquele Estado, e as atividades de polícia judiciária apontaram que a emissão das receitas para aquisição da substância ocorria na região de Campinas, onde também havia armazenamento para fins de venda. O produto era distribuído tanto no Paraná quanto em Santa Catarina.
Foram cumpridos mandados de busca e apreensão e de prisão temporária por equipes da 1ª DIG – DEIC de Campinas, bem como pelas Delegacias de Polícia de Valinhos e Estiva Gerbi. Em Campinas, foi preso um médico-veterinário que emitia receitas de forma irregular: em cerca de quatro anos, ele emitiu quase 800 receitas que permitiram a compra de 123 mil frascos de Cetamina, quantidade suficiente para anestesiar cerca de 3 milhões de cães de médio porte ou 8 milhões de gatos.
A operação contou com o trabalho direto dos delegados Marcel Fehr e Luiz Fernando Dias de Oliveira, da 1ª DIG – DEIC Campinas, cujas equipes desempenharam papel fundamental na identificação dos envolvidos e no cumprimento das ordens judiciais.
Policiais civis da Delegacia de Polícia de Estiva Gerbi/SP também prenderam em flagrante dois comerciantes que estavam na posse irregular de aproximadamente 1.500 frascos do produto. Em Valinhos, vasto material foi apreendido, embora não tenha ocorrido prisão.
Além dos policiais civis paulistas e paranaenses, participaram da operação fiscais do Ministério da Agricultura (MAPA), responsáveis pelas vistorias de sua competência.
A Cetamina é listada na Portaria 344/98 da Anvisa, que regula substâncias controladas — drogas cuja utilização é permitida apenas com prescrição médica. A organização criminosa investigada atuava nos Estados do Paraná, Santa Catarina, São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso e Rio de Janeiro, cometendo o crime de tráfico de drogas. A substância é utilizada ilegalmente por humanos como entorpecente e também como insumo para a produção de drogas sintéticas.
Cada ampola é vendida licitamente por cerca de R$ 130, mas no mercado clandestino o valor chega a quatro vezes mais. Estima-se que os envolvidos tenham movimentado até o momento aproximadamente R$ 60 milhões.
As investigações prosseguem sob responsabilidade da Polícia Civil do Paraná, conduzidas pela Delegada Paula Brisola.