O vereador Leandro Pastel (PP), de Jarinu, corre o risco de perder o mandato por graves denúncias que incluem suspeitas de crimes de concussão (vantagem indevida), abuso de autoridade e corrupção passiva, após sucessivas tentativas do parlamentar em se livrar do pagamento de multas de trânsito com a famosa ‘carteirada’.
Após denúncia protocolada na Câmara Municipal da cidade pelo secretário de Mobilidade e Planejamento Viário, Helio Calixto Ferreira, a maioria do Plenário da Câmara decidiu instituir uma Comissão Processante, composta por três vereadores, que vai apurar as denúncias.
“Entre fevereiro e março de 2024, o vereador encaminhou mensagens via WhatsApp solicitando favorecimento de munícipes, seus eleitores, para anulação de multa lavrada pelos agentes de trânsito, bem como da multa lavrada contra si, ao estacionar em local proibido o veículo da propriedade de sua esposa”, relatou o secretário em denúncia que também foi registrada em Boletim de Ocorrência da Polícia Civil, bem como no Ministério Público.
De acordo com Calixto que também relatou ameaças por parte do vereador. “Foi incisivo ao afirmar que, caso seu pedido não fosse atendido, utilizaria as redes sociais para incitar a população”.
Todos os áudios foram exibidos durante sessão ordinária nesta terça-feira (3).
“Os áudios são fora de contexto”, se defendeu Pastel.
Os vereadores da Comissão Processante também irão investigar um suposto envolvimento de Pastel em grupos de Whatsapp para a divulgação de informações privilegiadas aos munícipes sobre operações de fiscalização de trânsito e segurança “para que os mesmos não fossem flagrados na irregularidade”.
Perturbação em Unidade de Saúde
Outra denúncia que será apurada é a perturbação ao trabalho desenvolvido nas dependências da Unidade Mista de Saúde Monsenhor Jacob Conti.
De acordo com o documento lido em sessão plenária, uma assessora do parlamentar, a mando de Pastel, teria adentrado a unidade de saúde sem autorização, sem identificação funcional, sem prévio aviso e sem documento oficial que justificasse sua presença na unidade para qualquer ação fiscalizatória.
A assessora teria supostamente causado constrangimento aos profissionais de saúde em trabalho, após abordagens diretas em horário de expediente e também durante seus intervalos.
Se confirmadas as infrações, a Câmara deve promover a decretação da cassação do mandato do vereador denunciado, por conduta incompatível com o decoro parlamentar e atentado à dignidade da Câmara.