Vivendo o luto do irmão, mulher faz desabafo após demora da ambulância

Uma mulher moradora de Campo Limpo Paulista utilizou as redes sociais para fazer um desabafo após perder seu irmão.

“No último dia 12, meu irmão João Ubirajara Machado de Oliveira deu entrada na unidade Hospital das Clínicas de Campo Limpo Paulista, SP. Foi atendido prontamente na sala de emergência, onde foram realizados todos os cuidados ao paciente e exames. Cheguei ao hospital às 19h e entrei para conversar com o médico e ver meu irmão. As informações foram passadas a mim pelo médico de plantão, que foi muito atencioso.

Constatou-se um AVC hemorrágico grave, e após os sinais vitais ficarem instáveis, meu irmão foi entubado por volta das 10h da manhã. Foi solicitada uma vaga no São Vicente de Paula, em Jundiaí, SP, que foi aceita às 15h, segundo informações do médico de plantão. Eu estava no aguardo do transporte de ambulância para a transferência.

Às 22h, a ambulância comum chegou à unidade Hospital das Clínicas de Campo Limpo Paulista, SP. Na mesma, o oxigênio estava vazio e a ventilação mecânica não funcionava. A enfermeira sempre falava que estava faltando e que não iria funcionar. Ela insistiu muitas vezes, mas o motorista corria para arrumar. Até que o motorista disse que estava sem O². Trocaram o oxigênio na base e voltaram depois de uns 30 minutos. Mesmo assim, não funcionava. Veio outra viatura e trouxeram outra ventilação mecânica e a tal da peça que a enfermeira tinha mencionado, mas mesmo assim não funcionou. Cogitaram até chamar outro transporte da cidade vizinha (Várzea Paulista, SP). Fizeram uma gambiarra e o aparelho funcionou, eu acho, mesmo desconfiada. Pedi para ir no transporte junto com meu irmão, mas não deixaram. Falaram que eu poderia acompanhá-los com meu veículo. Saímos da unidade das Clínicas de Campo Limpo Paulista às 01:05 da madrugada.

No caminho, eles mudaram a rota. Eu fui pela marginal e a ambulância estava atrás de mim. Eles entraram pela Várzea, e como eu já tinha passado a entrada, segui pela marginal. Chegamos à outra unidade juntos com a ambulância.

“Começa aí o erro. Para transportar um paciente de alta complexidade, a ambulância tem que ser uma ambulância intensiva, tipo UTI móvel.” Nem bolsa de emergência tinha no transporte, porque eu olhei e vi.

Os médicos me chamaram às 8h da manhã, constatando o óbito do meu irmão João Ubirajara Machado de Oliveira por morte encefálica, AVC hemorrágico grave.

Aí eu me pergunto: se o transporte não tivesse demorado tanto, meu irmão poderia ter chance de fazer a cirurgia?

Minha família sempre foi da cidade. O que aconteceu com meu irmão, espero que nunca mais aconteça com um familiar de ninguém.” disse nossa seguidora

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