“Criminoso com fuzil pode ser neutralizado por uma pedra”, diz professora da UFF

A cientista política e professora da Universidade Federal Fluminense (UFF), Jacqueline Muniz, voltou a gerar debates nas redes sociais após declarar, em entrevista, que o uso de fuzis por criminosos possui “baixo rendimento criminal” e que, em confronto, um criminoso armado poderia ser “facilmente neutralizado até por uma pedra na cabeça”.
“Enquanto ele tenta levantar o fuzil e colocar para atirar, alguém joga uma pedra e já derrubou o sujeito”, afirmou a especialista. O trecho viralizou após ser publicado pelo deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG), no contexto das discussões sobre letalidade policial e uso de armamento pesado em comunidades do Rio de Janeiro.
A operação mais letal da história do Rio
A declaração ocorreu durante a repercussão da Operação Contenção, considerada a maior e mais letal operação policial já registrada no país. Realizada na terça-feira (28), a ação mobilizou 2.500 policiais civis e militares nos complexos do Alemão e da Penha, áreas dominadas pelo Comando Vermelho (CV).
Segundo balanço oficial, 121 pessoas morreram e 113 foram presas, incluindo quatro policiais. A Secretaria de Polícia Civil afirmou que 117 dos mortos eram integrantes da facção, enquanto movimentos de esquerda classificaram o episódio como “chacina”.
A operação, planejada por mais de dois meses, tinha como objetivo cumprir 100 mandados de prisão e 180 mandados de busca e apreensão. O governo do estado classificou o resultado como “um duro golpe contra o crime organizado”.
O Ministério Público Federal (MPF) e a Defensoria Pública da União (DPU) solicitaram informações detalhadas sobre o planejamento e cumprimento das normas definidas pelo STF na ADPF 635, que estabelece protocolos de atuação policial em comunidades.
Quem é Jacqueline Muniz
Professora do Departamento de Segurança Pública e do Mestrado em Justiça e Segurança Pública da UFF, Jacqueline Muniz é graduada em Ciências Sociais pela UFF (1986), mestre em Antropologia Social pela UFRJ (1992) e doutora em Ciência Política pelo Iuperj (1999).
