Fraqueza, tontura e cansaço podem ser sinais de anemia
Saiba como identificar a condição, quem está mais vulnerável e a importância do diagnóstico precoce
Fraqueza, tontura, palidez, batimentos cardíacos acelerados, cansaço excessivo e falta de ar durante esforços físicos são alguns dos principais sinais de anemia — condição caracterizada pela redução na quantidade de glóbulos vermelhos no sangue, responsáveis por transportar oxigênio para todo o corpo. De acordo com a médica clínica geral do Hospital de Caridade São Vicente de Paulo (HSV), Dra. Marília Soares e Silva Arcadipane, a anemia é mais comum do que se imagina e merece atenção, especialmente quando os sintomas começam a afetar a qualidade de vida.
Um alerta da Organização Mundial da Saúde (OMS), divulgado em 2023, revelou que cerca de 30% da população mundial vive com anemia. Diante desse cenário, a médica destaca que a orientação profissional é fundamental tanto para o diagnóstico correto quanto para o tratamento e a prevenção das complicações associadas à doença.
“Sem o tratamento adequado, a anemia pode levar, além da diminuição do rendimento nos estudos, trabalho ou qualidade de vida, ao comprometimento cardíaco, atraso no desenvolvimento e crescimento das crianças, bem como a complicação em gestantes”, lista a médica.
Causas e tipos de anemia
Segundo a especialista, a anemia pode ser um importante sinal de alerta para diversas condições, como deficiências nutricionais — especialmente a falta de ferro —, perdas sanguíneas ou até alterações na produção das células sanguíneas pela medula óssea. Em alguns casos, como na anemia falciforme, a condição tem origem genética, exigindo acompanhamento médico contínuo e cuidados específicos.
“Entre os tipos mais comuns, destaca-se a anemia ferropriva, causada pela deficiência de ferro, geralmente tratada com suplementação e ajustes na alimentação”, explica a médica. Ela acrescenta que há também casos relacionados à falta de vitaminas, como a B12, cuja deficiência, se não tratada, pode levar a danos neurológicos. Além disso, existem anemias associadas a doenças inflamatórias crônicas, como as reumatológicas, oncológicas e renais, e as hereditárias, como a falciforme e a talassemia, que tendem a ser mais graves e apresentam maior risco de complicações a longo prazo.
Diagnóstico e tratamento
O primeiro passo para o diagnóstico é o diálogo com o médico durante a consulta. “Nesse momento, o profissional avalia os sintomas, faz um exame físico detalhado e, em seguida, solicita os exames que vão ajudar a identificar o tipo, caso seja confirmado. Dessa forma, já é possível iniciar o tratamento adequado para a melhor qualidade de vida do paciente, afirma Dra. Marília.
Há uma variação de exames mais específicos para a detecção e classificação da anemia. No entanto, com o habitual hemograma pela contagem de glóbulos vermelhos e concentração de hemoglobina já é viável identificá-la.
Quem deve ficar atento?
A médica do HSV alerta que alguns grupos são mais vulneráveis à anemia. Entre eles estão:
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Gestantes, devido ao aumento da demanda de ferro e vitaminas;
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Crianças em fase de crescimento, que possuem reservas limitadas de ferro;
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Idosos, frequentemente afetados por múltiplas causas, como deficiências nutricionais e doenças crônicas;
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Mulheres em idade fértil, em razão das perdas sanguíneas durante o ciclo menstrual;
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Pacientes com doenças crônicas, como insuficiência renal, câncer e doenças inflamatórias;
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Pessoas com dietas restritivas, especialmente veganas ou vegetarianas sem acompanhamento nutricional adequado.