O Sindicato dos Metroviários de São Paulo decidiu manter a greve nesta terça-feira, 28, mesmo com a liminar concedida à Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô) que determinou o porcentual mínimo de operação dos trens.
A paralisação, decidida em votação na noite desta segunda-feira, 27, começa à meia-noite e deve durar 24 horas, mas pode ser prorrogada se não houver concordância entre as partes. São afetadas as linhas 1-Azul, 2-Verde, 3-Vermelha e 15-Prata. Foram 2.436 votantes, dos quais 73% optaram pela greve.
Segundo a categoria, as diversas tentativas de conciliação foram infrutíferas, uma vez que a reivindicação por renovar o acordo coletivo e a empresa recuar nos cortes de salários e benefícios não foi atendida. O sindicato informou que a direção do Metrô rejeitou todas as propostas da entidade e de órgãos de Justiça, que não houve negociação, mas apenas imposição dos descontos já efetuados e redução de salários, além de retirar itens do acordo coletivo.
Os trabalhadores vem planejando uma paralisação desde 1.º de julho como forma de protestar contra diminuição e corte de “vários direitos dos metroviários nos salários de junho”. Soma-se a isso o pedido de prorrogação do acordo coletivo já existente entre a classe e a Companhia, que venceu em 30 de abril. A pedido do Tribunal Regional do Trabalho (TRT), a greve foi adiada para o dia 8, mas cancelada novamente porque havia a expectativa de negociar com a empresa e o governo estadual. A nova data, 28 de julho, foi mantida principalmente após o Metrô anunciar corte de 10% no salário nominal dos funcionários.
Já na manhã desta segunda-feira, o sindicato participou de uma audiência online no TRT, na qual estavam representantes do Metrô e do Ministério Público do Trabalho (MPT). Na ocasião, a companhia manteve os termos de uma proposta anterior, sem recuar de novas decisões, e incluiu a sugestão de parcelar em quatro vezes o desconto salarial decorrente do adiantamento de férias, sendo a primeira no mês de retorno ao trabalho. “Não dá para caracterizar como proposta”, disse Wagner Fajardo, um dos coordenadores do sindicato, em assembleia da categoria realizada no fim do dia. “Não resta outra alternativa depois de adiar duas greves.”