Duas mulheres fizeram de uma unidade do McDonald’s no Leblon, bairro nobre da Zona Sul da cidade do Rio de Janeiro, sua moradia. Há cerca de três meses, a dupla passa o dia inteiro na lanchonete, fazem refeições no local e só saem no horário em que as portas se fecham, às 5h da manhã. Identificadas como Suzy e Bruna, elas dormem sentadas na calçada junto de suas malas, aguardando a reabertura do estabelecimento, que ocorre às 10h da manhã. E assim, a rotina recomeça.
Segundo informações apuradas pela CBN, Suzy tem por volta dos 50 anos, enquanto Bruna aparenta ter menos de 30. Além de dinheiro para arcar com a alimentação, ambas possuem celulares, maquiagem e estão sempre com roupas limpas. No total, guardam consigo cinco malas, além de mochilas.
Intrigados e sensibilizados, os moradores da região acompanham a situação e tentam descobrir o que está por trás dessa história. Entretanto, a dupla se mostra reservada e fornece poucas informações.
– Quando o McDonald’s fecha, elas ficam sentadas do lado de fora, não se afastam. Quando abre, de manhã, elas entram e pegam sempre a mesa perto da porta. Muito triste, morar em uma lanchonete é uma situação insustentável – disse um empresário que acompanha o caso da janela de seu apartamento.
Contatadas pela CBN, Suzy e Bruna se limitaram a dizer que nasceram no Rio Grande do Sul, mas estão no Rio de Janeiro há oito anos. Elas também afirmam estar bem de saúde e que estão buscando um apartamento que custe até R$ 1.200 no Leblon, um dos bairros mais caros do país.
Além disso, as duas mulheres são taxativas ao não aceitar ajuda de ninguém. Não somente vizinhos, mas também funcionários da prefeitura, a Polícia Militar e a equipe de policiamento Segurança Presente já ofereceram auxílio, mas o suporte é recusado reiteradamente.
Em contato com uma assistente social, elas disseram que Bruna é casada com um homem que mora em Paris, capital da França, e que ele alugará um imóvel quando retornar ao Brasil.
Por outro lado, um ambulante que trabalha na mesma esquina em que Suzy e Bruna permanecem disse que há muito mais nesse caso que elas querem revelar. De acordo com o comerciante, as duas mulheres deram calote em um hotel, de onde saíram em 2022. A versão foi confirmada por um ex-funcionário da gerência do hotel.
– Conheço elas pelo histórico [do local] onde eu trabalhei, um hotel em Copacabana. Elas se hospedaram lá e não pagaram a hospedagem, em 2022. Não aceitam ajuda, são bem ríspidas, não se abrem. Ficam andando na rua, peregrinando. Ficam para lá e para cá, e não tem um local fixo – relatou o ambulante.
O caso inusitado virou tema de debate interno na empresa. Em reunião nacional, representantes das franquias se disseram perplexos com a situação e avaliam quais medidas tomar. O departamento jurídico estuda, inclusive, a possibilidade de processar Suzy e Bruna por abuso do consumidor.
Fonte: pleno.news