Prefeitura de Campo Limpo cria fluxo para atender mulheres vítimas de violência

 


A Prefeitura de Campo Limpo Paulista apresentou hoje (sexta), 25, o Fluxo de Atendimento à Mulher Vítima de Violência que representa um grande avanço no acolhimento prestado dentro do município. A iniciativa dirigida pela Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social tem respaldo das polícias Civil e Militar, GM e Ministério Público. O objetivo é dar eficiência e eficácia ao processo.

 

Hoje, a cada quatro mulheres, uma é vítima de violência (Datafolha/2021). Ainda não existem dados compilados dentro do município, mas o aumento do número de casos e as barreiras enfrentadas pela administração municipal, bem como as vítimas de violência, levou a criação de um fluxo para efetivar o trabalho em parceria.

 

A secretária de Assistência Social Vera de Lourdes Gonçalves esclarece que o fluxo vem para prestar o atendimento posterior  para as vítimas que fizeram ou não boletim de ocorrência – até porque a maioria não busca sequer  auxílio. “Essa parceria envolve segurança, assistência social, saúde etc. É essa organização que trará novos caminhos”.

 

Para o capitão Caio Dias Baptista do 49° Batalhão da Polícia Militar de Várzea Paulista e Região, a questão é realmente o pós, para que a mulher que sofreu a violência seja acolhida mas também tenha a oportunidade de seguir adiante. “Tenho certeza que estamos dando um passo bem importante”, diz.

 

A PM também orientou sobre o uso do SOS Mulheres, um aplicativo que pode ser usado pelas vítimas que contam com adoção de medidas protetivas.

 

O vereador JC representou a Câmara Municipal e falou que não são apenas as agressões físicas mas também as psicológicas que devem ser denunciadas. “A mulher ocupou seu lugar e não podemos mais admitir, nem aceitar”.

 

O chefe de gabinete Leandro Bizetto representou o prefeito Dr. Luiz Braz e lembrou que no anúncio do pacote de obras do aniversário de 57 anos de Campos Limpo Paulista existem projetos importantes para as mulheres, entre eles  a Casa Rosa. A primeira dama Maria Cecília Mazon Braz também marcou presença no evento. 

 

Repensando

 

A advogada Andrea Castro, representante da Comissão de Mulheres da OAB e coordenadora do núcleo Mulheres do Brasil de Jundiaí alertou para o avanço da violência doméstica e para a importância de denunciar. Principalmente para as mulheres que sofrem agressões psicológicas.

 

Para ela, o projeto é um exemplo de como tratar a mulher que foi vítima de violência. “Porque o maior acolhimento é dizer que ela não está sozinha”, diz Andrea. 

 

A assistente social Juliana Ramos foi a responsável pela apresentação do Fluxo de Atendimento à Mulheres Vítimas de Violência, em Campo Limpo Paulista. Ela que é gerente do Centro de Referência de Assistência Social Especializado (CREAS) diz que o grande objetivo é motivar a mulher que teve coragem de denunciar.

 

A partir da denúncia, feita pela vítima ou de outra pessoa, terá uma ficha de atendimento preenchida para que seja encaminhada para os serviços necessários. “Nem sempre a mulher se reconhece como vítima de violência mas é a prevenção  a partir dos primeiros sinais de que ela existe, que não deixará ela chegar a um caso mais grave e que comprometa a saúde da mulher”.

 

A mulher vítima de violência será acolhida, explica Juliana. Caso não tenha uma rede de proteção, ela será encaminhada para programas específicos e receberá não apenas tratamento psicológico e físico, como a chance de compor o ciclo de violência, com ressignificação para uma nova vida.

 

Importância

Geralmente as agressões contra a mulher acontecem no espaço familiar, escolar ou institucional, consideram-se como principais tipos: a violência física, a sexual, a psicológica ou por negligência. Dentre as formas mais generalizadas de violência contra a mulher, destacam-se a violência física praticada por parceiro íntimo e a violência sexual. Estudos apontam que parceiros e ex-parceiros são os principais autores da violência doméstica contra a mulher.

Nas últimas décadas, iniciativas foram criadas para modificar a situação, como a criação das Delegacias de Defesa da Mulher e a promulgação da Lei n. 11.340/2006, a Lei Maria da Penha, possibilitando a figura do “flagrante” e a decretação de prisão preventiva, além de aumentar a pena e instituir medidas protetivas. No entanto, o medo e a dependência financeira da mulher em relação ao parceiro são os principais motivos para não ocorrer uma denúncia.

Para denunciar entre em contato pelos telefones 100, 190, 153 ou 180.

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