Que fase! Augusto Melo sofre impeachment e deixa presidência do Corinthians
Augusto estava afastado temporariamente desde maio após aprovação do impeachment por parte do conselho do Corinthians
Augusto Melo foi afastado de forma definitiva da presidência do Corinthians após uma segunda votação de impeachment realizada na tarde deste sábado (9/8), na sede social do clube, zona leste de São Paulo.
O ex-mandatário já estava afastado temporariamente desde o final de maio, quando o Conselho Deliberativo do clube já havia aprovado o seu impeachment em uma primeira votação. Ele deixou o Parque São Jorge antes do final da votação, sem falar com a imprensa.
Neste sábado, cerca de dois mil associados optaram por seguir com a decisão do conselho do Corinthians. O placar final da votação foi 1413 votos a favor do impeachment e 620 contra. Além de quatro votos brancos e nulos. Agora, o presidente do grupo, Romeu Tuma Júnior, deve marcar novas eleições em breve.
A escolha do novo presidente será indireta, ou seja, contará apenas com os votos de conselheiros e não incluirá os associados.
O mandato do novo presidente também sofrerá uma alteração e deve durar somente até dezembro de 2026, quando um novo mandatário será escolhido da maneira tradicional no clube. O atual presidente interino, Osmar Stabile, deve oficializar a própria candidatura nos próximos dias e aparece como o favorito para assumir o Corinthians.
Augusto Melo assumiu a presidência do clube em janeiro de 2024, após vencer as eleições no final do ano anterior. Após cerca de 20 meses, ele deixa o cargo de forma definitiva.
Caso Vai de Bet
Augusto Melo foi afastado do cargo em meio à investigação policial referente ao acordo de patrocínio firmado entre Corinthians e a empresa de apostas Vai de Bet. Segundo a Polícia Civil, a negociação do contrato teve irregularidades na intermediação.
Augusto Melo, Marcelo Mariano dos Santos, Sérgio Lara Muzel de Moura, Alex Fernanda André se tornaram réus pelos crimes de associação criminosa, furto qualificado e lavagem de dinheiro. Vitor Henrique de Oliveira Shimada e Ulisses de Souza Jorge responderão apenas pelo último delito.
Em nota, a defesa de Augusto Melo afirmou que vai pedir os habeas corpus necessários com o objetivo de fulminar esse processo “kafkiano e ilegal”. Além disso, diz que os advogados já pediram que a investigação recaia sob a Policia Federal (PF) e ao Ministério Público Federal (MPF) e que uma investigação defensiva está em curso e que “comprovará a inocência do presidente legitimamente eleito do Corinthians”.
Por fim, o posicionamento afirmou que Augusto Melo segue confiante “de que a verdade prevalecerá e reitera “seu compromisso com a retomada da organização financeira do clube, que sofreu grande retrocesso desde que ele foi retirado do cargo por seus adversários políticos”.
Desvio para dívidas
Segundo a denúncia apresentada pelo Ministério Público de São Paulo (MPSP) no dia 10 de julho, o dinheiro desviado do Corinthians durante a negociação de patrocínio entre o clube e a Vai de Bet era destinado para o pagamento de “prejuízos e dívidas assumidas na campanha” do presidente afastado Augusto Melo.
O Ministério Público acredita que o esquema criminoso gerou um prejuízo que ultrapassa os R$ 40 milhões ao clube da zona leste de São Paulo. Nessa conta, a promotoria também incluiu o valor da rescisão com a antiga patrocinadora do clube alvinegro, também do ramo de apostas.
Pedido de indenização
Para o pagamento do prejuízo gerado ao Corinthians, no valor de R$ 40 milhões, o Ministério Público pediu que os denunciados paguem a mesma quantia à instituição.
Além disso, para que o valor seja pago em caso de determinação judicial, o Ministério Público também solicitou o sequestro de bens e valores dos denunciados no valor de R$ 40 milhões.
Veja a relação das pessoas físicas e jurídicas mencionadas no confisco dos bens:
- Rede Social Media Design;
- ACJ Plataform;
- Carvalho Distribuidora;
- Thabs Soluções Integradas;
- Wave Intrmediações e Tecnologias;
- Victory Trading Intermediação;
- UJ Football Talent;
- UJ Holding Patrimonial E Investimentos;
- Augusto Pereira De Melo;
- Marcelo Mariano Dos Santos;
- Sérgio Lara Muzel De Moura;
- Alex Fernando André;
- Victor Henrique De Oliveira Shimada;
- Ulisses De Souza Jorge.
O que dizem as defesas
Ao Metrópoles, a defesa de Augusto Melo, chefiada por Ricardo Jorge, afirmou que o trecho da denúncia que cita os desvios de dinheiro para o pagamento de dívidas de campanhas e enriquecimento próprio “não se sustenta diante dos fatos”.
Fonte: Metropoles.com