A Polícia Civil identificou um adolescente de 12 anos suspeito de hackear aulas online de uma escola e exibir fotos com conteúdos pornográficos durante as transmissões, em Fortaleza. O adolescente colocou fotos de nudez nos perfis dos colegas durante as aulas que ele invadiu, além de reproduzir ameaças aos colegas.
De acordo com o delegado Valdir Passos, do 5º Distrito Policial (DP), que investiga o caso, o adolescente afirmou durante depoimento que queria mostrar para a escola que a rede de tecnologia utilizada tinha falhas, além de afirmar que estava entediado das aulas online. O adolescente falou aos policiais que agiu sozinho, com conhecimentos que adquiriu na internet.
O caso passou a ser investigado após a infração ter sido cometida pela segunda vez. Na primeira, o adolescente alterou as fotos de perfis dos colegas da classe dele, 7º ano, para imagens com conteúdos pornográficos. Três dias após a invasão, o adolescente entrou novamente na aula online e divulgou logins, senhas e endereços residenciais dos alunos.
“Durante a aula, alguém invadiu esse dispositivo e modificou as fotografias dos perfis de cada aluno, substituindo a fotografia do rosto de cada aluno por fotografias pornográficas, de mulheres com seios, com partes íntimas colocadas ali, disponibilizadas para que todos os adolescentes pudessem ter conhecimento”, conta o delegado Passos.
Ameaças com frases em inglês
De acordo com o delegado Passos, na segunda invasão, o adolescente chegou a divulgar frases em inglês com ameaças aos colegas de turma.
“Cerca de três dias depois, numa sexta-feira, novamente durante uma aula a sala foi invadida. Dessa vez, o invasor utilizou algumas frases em inglês ameaçando as pessoas que estavam ali, dizendo que ninguém estava acreditando nele e ele ia mostrar que havia uma insegurança naquela sala. E para mostrar que isso acontecia, ele ia divulgar a senha de todos os alunos e ia divulgar os logins de todos os alunos, e ia divulgar os endereços residenciais de todos os alunos. E assim ele fez”, pontua.
Investigações
Após as duas invasões, diretores da escola acionaram a polícia, que passou a investigar o caso. Durante investigações, policiais civis conseguiram identificar o IP do usuário invasor, a rede de internet e o aparelho celular utilizado, além do endereço residencial. As informações constavam no nome do pai do adolescente, que passou a ser o principal suspeito.
Por conta da idade, os policiais desconfiaram que o pai do adolescente não poderia estudar na escola. Eles tiveram apoio do colégio para identificar se o homem tinha filhos estudando lá. Os policiais foram até a residência do adolescente e convocaram toda a família para interrogatório.
Segundo o delegado, no começo da conversa, os pais do adolescente não acreditaram que o filho seria capaz de cometer a invasão e afirmaram que ele não tinha conhecimentos.
“Chamamos todos os integrantes dessa residência, dessa família, eles vieram, a princípio não acreditaram e que o filho seria capaz de praticar uma atitude dessa e segundo os pais, o filho sequer teriam conhecimento técnico para agir daquela forma”, conta.
A Delegacia da Criança e do Adolescente (DCA) será responsável pelo inquérito. Como não houve flagrante, o adolescente não foi apreendido. Ele pode responder por crime análogo à divulgação de conteúdo pornográfico para vulneráveis.
Via g1