Às 16h do dia 24 de novembro de 2003, um raio parou o coração, derreteu parte da roupa e deixou Leila Modesto com queimaduras a um fio da morte no quilômetro 46 da rodovia dos Bandeirantes, em Jundiaí (SP).
Quase 17 anos depois, a vendedora de verduras e moradora de Campinas (SP) reencontrou, na quinta-feira (22), parte da equipe que a retirou do canteiro e lhe trouxe à vida com os primeiros-socorros.
O raio entrou pelo lado esquerdo da cabeça, estourou um tímpano, quase a cegou e apagou boa parte da sua memória, segundo Leila conta. Uma delas, a do dia do incidente, só foi recordada quando detalhada pelo homem que a socorreu.
Eu era um cadáver até darem o choque e me reanimar. Apesar de passarem os 17 anos, só agora eu soube que me viram na valeta com coração parado e a chuva correndo pelo meu corpo”, disse Leila ao G1.
Na época, a mulher voltava de uma viagem a trabalho de moto e seguia entre a capital e Campinas. Quando começou a chover, ela estacionou e colocou a capa de chuva, em um trecho de Jundiaí. Foi neste momento que acabou sendo atingida pelo raio e perdeu a consciência com a forte carga.
Na época, a mulher voltava de uma viagem a trabalho de moto e seguia entre a capital e Campinas. Quando começou a chover, ela estacionou e colocou a capa de chuva, em um trecho de Jundiaí. Foi neste momento que acabou sendo atingida pelo raio e perdeu a consciência com a forte carga.
‘Saindo fumaça’
De longe, a equipe do socorrista Ricardo Gesualdo, de 42 anos, viu o raio e comentou que alguma pessoa poderia ter sido atingida. No carro também estavam um enfermeiro e um médico. Todos voltavam de outro acidente sem vítimas.
“Chegamos em minutos até ela e vimos parte da roupa derretida e ainda saindo fumaça do corpo. Foi algo diferenciado na minha carreira que eu nunca esqueci”, detalha.
A equipe encaminhou a paciente ao Hospital São Vicente, em Jundiaí. Foram quatro dias em coma e com ferimentos de primeiro e segundo grau. Leila precisou fazer cirurgia de catarata, procedimento no tímpano e anos de acompanhamento psicológico.
“Agradeço a Deus todo dia por estar viva e foi muito emocionante encontrar os meninos. Eles lembram com clareza, com detalhes.”
*Reencontro*
Leila conta que trabalhou como motorista de aplicativo e durante uma conversa despretensiosa com um passageiro soube que ele era socorrista na mesma empresa daqueles que a salvaram. A motorista contou a história e o encontro foi marcado.
“Lembrei como se fosse hoje e foi gratificante saber que ela está bem e trabalhando. Ela faz parte da minha história”, contou o socorrista.